quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Ei, devolva minhas borboletas

Ei, devolva minhas borboletas.
se você não soube cuidá-las
enquanto estavam no meu jardim
nem posso imaginar
o que fará com elas
estando longe de mim.

Não é que eu não pense em ter uma nova criação,
mas é que você chegou,
do nada, se tornou especial
e as tirou a força do meu coração.

Elas eram apaixonadas
por cada detalhe teu,
principalmente
nos momentos em que
conversavam com as tuas
quando teu corpo
se colava ao meu.

Mas você preferiu partir
escolheu a liberdade,
me deixando sem chão
sem ânimo, sem felicidade
foi uma mudança brusca
e não pensou
em nenhum momento
na minha fragilidade.

Não satisfeito
levou contigo as minhas borboletas
que foram cultivadas
na sombra do teu amor
e na suavidade dos teus carinhos
hoje,
só resta um lugar vazio
sem luz
cheio de espinhos.

Desculpa chegar assim
sem avisar,
mas eu preciso mesmo
das minhas borboletas de volta
sem elas eu sou vazia
e ao mesmo tempo
cheia
de dúvidas que me causam
calafrios e agonia.

Sem elas eu não sei amar,
o calor que era causado
pelo bater das suas asas
hoje
foi substituído
pela frieza dos espinhos
que insistem em machucar
qualquer um
que tente se aproximar.

Eu não sou eu sem minhas borboletas
não me reconheço nem me diferencio.
me tornei uma figurinha repetida
num mundo preto e branco
ao ócio submetida.

Ei, devolva minhas borboletas.
ou então as liberte
deixe-as voar
dê à elas a liberdade que eu te dei
pra ir aonde quiser
e, se o destino decidir
também está livre pra voltar.